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LATINMOV
Diálogos Latino-Americanos

O Terceiro Encontro de Movimentos Socioespaciais e Socioterritoriais

2 a 4 de Setembro, 2024

Queen Mary University of London

“Diálogos Latino-Americanos: o Terceiro Encontro de Movimentos Socioespaciais e Socioterritoriais” (LATIMOV) é um espaço internacional e interdisciplinar para diálogo dentro e com uma série de movimentos sociais, organizações de base e práticas insurgentes dentro e fora da América Latina. Segue-se a dois Encontros anteriores – em São Paulo (2019) e La Plata (2021) – que reuniram acadêmicos e ativistas de toda a América Latina para debater a forma e a natureza mutáveis dos movimentos sociais contemporâneos. O objetivo central do terceiro encontro – que será organizado pela Queen Mary University of London de 2 a 4 de setembro de 2024 – será aprimorar os diálogos entre a comunidade latino-americanista latino-americana e anglófona (e em particular do Reino Unido), bem como acadêmicos e ativistas de forma mais ampla.

 

O espaço e o território têm sido centrais nas lutas latino-americanas durante décadas, desde as reivindicações agrárias e rurais sobre recursos, às estratégias de sobrevivência indígenas e afrodescendentes e ao reforço dos direitos sociais, passando pela mobilização pelo direito à cidade e pela organização popular de bairro. O Encontro é um espaço único de diálogo, pois reúne lutas de posições tão diferentes – atravessando o campo e a cidade – ao mesmo tempo que abrange conhecimentos acadêmicos e ativistas. Herda, portanto, um rico método de diálogo de saberes – diálogos de conhecimento – popularizado em espaços como o Fórum Social Mundial no início do século XXI.

 

Os organizadores do Terceiro Encontro – um grupo de mais de 20 acadêmicos e ativistas de vários países latino-americanos, além do Reino Unido, Canadá e EUA, estão convencidos de que “nossos” diálogos, como latino-americanos e latino-americanistas – não devem se limitar a debates regionais; eles são de importância global. O Reino Unido, em particular, invisibilizou durante muito tempo as identidades e os conhecimentos latino-americanos. O Terceiro Encontro procura assim articular-se tanto com acadêmicos baseados no Reino Unido que trabalham noutras regiões (por exemplo, Sul da Ásia) como falar com e com movimentos sociais enraizados localmente, trabalhando em questões semelhantes (por exemplo, habitação, alterações climáticas).

 

LATIMOV está organizado em 6 temas, cada um dos quais trata dos principais debates e questões que os movimentos sociais na América Latina e além dela enfrentam. Aceitamos a participação através de apresentações independentes (estas podem ser consideradas intervenções em vez de trabalhos académicos formais) e/ou painéis. Este último pode incluir um painel de apresentações ou uma mesa redonda.

O prazo para a apresentação de trabalhos já foi encerrado e as informações sobre a inscrição serão publicadas oportunamente.

 

Uma observação sobre o formato: LATINMOV será híbrido. Isso significa que incluirá algumas sessões com atividades presenciais e online, e algumas sessões que serão apenas presenciais.

Temas

Instituições

Territoriais

03.

Debate sobre objetivos dos movimentos e objetivos do desenvolvimento sustentável (em relação aos ODSs)

01

Diferentes abordagens aos espaços e territórios em uma perspectiva comparada

Coordenação: Fernanda Torres - UNLP, José Sobreiro Filho - UnB, Mariana Arzeno -UBA

A indissociabilidade movimentos-espaço nos leva a pesquisar as distintas formas como a espacialidade dos e nos movimentos se expressa e se implementa em diferentes contextos espaço-temporais. A complexidade do tema e a diversidade de situações exigem a construção de uma agenda de pesquisa e instrumentos metodológicos que recuperem a produção de um pensamento geográfico situado, mas ao mesmo tempo aberto para estabelecer diálogos com outros saberes, com outras disciplinas, cruzando eixos: norte-sul e sul-sul. 

 

Uma perspectiva comparativa requer a análise das diferentes relações, práticas e significados que perpassam os distintos processos de produção social dos espaços e territórios; e os diálogos e contrapontos entre os diferentes locais desses processos. Insere-se na busca de abordagens teóricas e metodológicas que consigam produzir conhecimento sobre experiências que possam inspirar processos sociais em diferentes contextos, identificando condições de possibilidade dos fenômenos. 

 

O objetivo deste tema é colocar em diálogo perspectivas epistemológicas e teóricas que permitam enriquecer as análises sobre movimentos socioespaciais e socioterritoriais e, dessa forma, contribuir para a construção de conhecimentos emancipatórios. 

 

As contribuições podem se basear em alguns, mas não exclusivamente, dos seguintes temas: 

  • Análise de diferentes dimensões da relação entre espaço e sujeitos sociais. 

  • Diferentes abordagens e propostas geográficas para a análise dos movimentos socioespaciais e socioterritoriais. 

  • Análise dos contextos espaço-temporais urbanos, rurais, periurbanos etc. e suas implicações para a compreensão dos objetivos, demandas, formas organizativas e repertórios de ação dos movimentos. 

  • Reflexões sobre diferentes abordagens de comparação e seus métodos geográficos (comparação analítica; comparação globalizante ou englobante; comparação relacional). 

  • A compreensão/explicação/interpretação e suas utilizações em exercícios de comparação.

Theme 1

02

Instituições Territoriais

Coordenação: Bernardo Mançano Fernandes- UNESP; Emiliano Ignacio Díaz Carnero-El Colef/Geopaz-IGP 

Os estudos sobre movimentos socioterritoriais nos remetem às leituras e reflexões sobre instituições territoriais por pelo menos duas razões: primeiro porque os movimentos são um dos tipos da diversidade de instituições e, segundo, porque todas as instituições produzem territórios a partir de projetos culturais, ambientais, políticos, sociais e econômicos no contexto dos modelos de desenvolvimento. As submissões em Territorial institutions podem apresentar estudos sobre as produções territoriais das instituições em geral, entendendo como produção territorial os processos de territorialização, desterritorialização e reterritorialização (TDR). Ou sobre as diferentes territorialidades institucionais nas disputas territoriais e na produção de multiterritorialidades. As perspectivas comparadas, multiescalares e multidimensionais qualificam as análises das produções territoriais das instituições. Essas produções igualmente podem tratar dos territórios imateriais a partir do conhecimento, da tecnologia e da ideologia. Ainda, podem ser apresentados trabalhos teóricos sobre as instituições territoriais a partir de distintos paradigmas da Geografia e de outras áreas do conhecimento. As reflexões, debates e estudos sobre território e instituição nos interessam para avançarmos na fronteira do conhecimento.

 

As contribuições poderão centrar-se em alguns, mas não exclusivamente, dos seguintes temas:

  • Territorial institutions: estudos sobre produção territorial

  • Construindo o conceito de Instituições Territoriais

  • Territórios materiais e imateriais das instituições

  • Contribuições teóricas dos estudos das Instituições Territoriais

  • Multiterritorialidades institucionais e TDR

  • Instituições Territoriais em perspectiva comparada

Theme 2

03

Debate sobre objetivos dos movimentos e objetivos do desenvolvimento sustentável

(em relação aos ODSs)

Coordenação: Bernardo Mançano Fernandes- UNESP; Eduardo Paulon Girardi - UNESP.

Theme 3

O objetivo deste tema é discutir como as lutas e demais ações dos movimentos

socioterritoriais contribuem para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

(ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) na Agenda 2030. Os 17

objetivos de desenvolvimento sustentável constituem uma agenda global para todas as

pessoas do planeta e estão previstas ações mundiais para acabar com a pobreza, reduzir desigualdades, proteger o meio ambiente, o clima, promover a igualdade de gênero, entre outras. Para alcançar esses objetivos são necessárias alianças com a participação do maior número de pessoas e suas instituições: Estados, empresas, movimentos socioespaciais e socioterritoriais, ONGs, associações, igrejas, etc. Assim, o foco deste eixo são as relações de conflitualidade e resistência entre movimentos socioterritoriais e outras instituições, o que permite analisar a produção de espaços, territórios e seus processos geográficos para a

diminuição das desigualdades, o que pode levar à proposição de novas ODSs. Os trabalhos submetidos devem analisar as ações dos movimentos socioterritoriais e socioespaciais que envolvam os ODS em diferentes territórios, compondo suas territorialidades, que estão diretamente relacionadas a suas ações, evidenciando a complexidade das temáticas e análises críticas.

 

As contribuições poderão centrar-se em alguns, mas não exclusivamente, dos seguintes temas:

  • Relações entre as lutas dos movimentos socioterritoriais, socioespaciais e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

  • Proposições de novos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

  • Os ODSs em perspectiva comparada das ações coletivas 

  • Tipos de Movimentos e tipos de ODSs

  • O debate sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável nos movimentos socioterritoriais.

04

Territórios em Disputa

Coordenação: - Mónica Farías - UBA, Joana Moura - UFRN, Gabriel Silvestre - Newcastle .

As submissões para o tema Territórios Contestados devem refletir criticamente sobre as dinâmicas conflituosas de desterritorialização e reterritorialização em tempos de neoliberalismo global, pós-pandemia e particularmente face ao avanço da extrema direita na região. Este Eixo Temático pretende incluir trabalhos que busquem refletir sobre as dinâmicas de contestação e resistência dos movimentos socioterritoriais e socioespaciais nas diferentes esferas territoriais diante dos ataques e avanços contra situações de desigualdade, opressão e violência em suas diversas formas. Além disso, procuramos refletir sobre outras propostas de organização e gestão territorial apresentadas por comunidades e movimentos. Procuramos dialogar com estudos baseados em diferentes matrizes teóricas e metodológicas voltadas para a análise dos movimentos socioespaciais e socioterritoriais e das dinâmicas de conflito e contestação. Procuramos contribuir para o debate sobre as formas de atuação dos movimentos e as suas relações com o Estado, as diversas instituições sociais e políticas e as relações que estabelecem com outros movimentos e organizações. Interessa-nos particularmente destacar a dimensão espacial e a produção espacial destas ações.

 

As contribuições poderão centrar-se em alguns, mas não exclusivamente, dos seguintes temas:

  • Apropriação de terras e desterritorialização

  • Circuitos globais de extrativismo e financeirização

  • Acesso à terra e à moradia

  • Ativismo, espaço e arte

  • Espaço digital e ações coletivas virtuais

  • Disputas ambientais

Theme 4

05

Sujeitos, espaços, subjetividades e agências

Coordenação: Mónica Farías - UBA; Virgen Caceres - UPR; Wilder Robles - BU

Este projeto temático busca agrupar trabalhos, reflexões e debates sobre o lugar que ocupa a subjetividade nos conflitos socioterritoriais e socioespaciais. Propõe examinar os processos de subjetivação política e os processos de emergência de novas identidades, formas de organização e práticas dos movimentos socioterritoriais e socioespaciais. Entendemos esses movimentos como construções sociais, produtores de espaços e territórios, que envolvem restrições estruturais de relações sociais, conflitos e ações sociais; também compreende multas, valores, credenciais, decisões e consciência. Assim, se propõe discutir o papel da naturalidade e sua imbricação no estabelecimento de objetivos e na definição de estratégias dos movimentos. Este marco interpretativo onde se vincula elementos materiais e imateriais, subjetivos e culturais possibilita a compreensão da produção de sentidos, os elementos simbólicos que sensibilizam e afirmam sua identidade; assim como a diversidade de transgressões individuais e coletivas que surgem a cada dia. Dedicamos especial atenção ao papel do espaço na conformação de subjetividades políticas e na possibilidade de agência de sujeitos/naturalidade.

 

  • Agência da natureza

  • Movimentos ambientais de mulheres

  • ONGs internacionais e movimentos populares

  • Movimentos indígenas e questões ambientais

  • Questões de gênero e lutas populares

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06

No quadro do aprofundamento da globalização e das suas policrises à escala planetária, vários movimentos socioespaciais e socioterritoriais têm impactado à escala global com as suas lutas e reivindicações. Desta forma, as escalas global e local estão cada vez mais interligadas no que vários autores têm chamado de processos de glocalização. Neste sentido, os movimentos socioespaciais e socioterritoriais produzem novos espaços e são reterritorializados em múltiplas escalas, são transterritorializados, tal como o faz o sistema mundial capitalista, colonial, patriarcal e antropocêntrico. Em alguns casos, os movimentos constroem redes e organizações em escala global, como a Via Campesina ou o movimento ambientalista, em outros casos, suas construções locais impactam em escala global, como o Zapatismo do sudeste mexicano, ou o Movimento dos Sem Terra, desde las ocupações territoriais no campo brasileiro; mas alguns outros movimentos também se globalizam no seu próprio futuro, reconstruindo territorialidades em diferentes espaços do planeta, sendo o exemplo paradigmático o movimento migrante. Neste quadro, são esperadas contribuições que abordem, embora não exclusivamente, os seguintes temas:

 

  • Ativismo global: construção de redes, organizações e encontros de diversos movimentos.

  • Territorialidades transescalares: tensões e construções territoriais entre o local, o global e o glocal.

  • Mobilidades humanas como novo movimento social: espaços e territórios locais/globais

  • Velhos e novos internacionalismos das lutas territoriais e espaciais dos movimentos.

Theme 6
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